segunda-feira, 15 de julho de 2019

Resultados dos inquéritos aos pais e encarregados de educação sobre a nova organização curricular dos 2.º e 3.º ciclo

Âmbito do Inquérito

No âmbito do Programa do XXI Governo Constitucional da República Portuguesa, foi autorizada a implementação do projeto de autonomia e flexibilidade curricular dos ensinos básico e secundário, estando a mesma definida no despacho n.º 5908/2017 de 5 de julho. 
O Agrupamento de Escolas Dr. Guilherme Correia de Carvalho (AEDrGCC) implementou uma nova organização curricular no ano letivo 2018/2019, tendo esta alteração afetado os anos de escolaridade ministrados na Escola EB 2,3 Dr. Guilherme Correia de Carvalho (escola sede), nomeadamente os 5.º, 7.º, 8.º e 9.º anos. Entre as várias novidades, salientam-se a adoção de um regime escolar semestral em algumas disciplinas, a alteração da duração das aulas ou a implementação de metodologias de ensino/avaliação diferentes das tradicionais aulas expositivas. 
Com intuito de se pronunciar sobre a implementação tanto da nova organização curricular como da metodologia de ensino, a APEG decidiu inquirir pais e encarregados de educação cujos filhos e filhas frequentaram os 2.º e 3.º ciclos de ensino, compilando os resultados obtidos e opiniões expressas no presente documento. Igualmente, pretende-se que este documento seja um elemento de trabalho para as várias estruturas do AEDrGCC que têm a responsabilidade de preparar o próximo ano letivo, ou seja, o ano letivo 2019/2010.
O inquérito proposto a pais e encarregados de educação foi da inteira responsabilidade da APEG, tendo a iniciativa sido bem recebida pela direção do AEDrGCC pelas informações relevantes que o mesmo poderia trazer para o contínuo melhoramento do ensino ministrado neste agrupamento de escolas, principalmente na escola sede. A divulgação deste inquérito foi realizada em estreita colaboração entre a APEG e a direção do AEDrGCC com vista a maximizar o número de respostas e, consequentemente, legitimar as conclusões apresentadas e resumidas neste documento. Assim, esta iniciativa foi comunicada pessoalmente, pelas diretoras e diretores de turma, a todos os pais e encarregados de educação aquando da entrega das avaliações do final de ano, tendo a hiperligação de acesso ao inquérito sido partilhada via e-mail. Igualmente, a APEG divulgou na sua página da rede social Facebook a hiperligação de acesso ao inquérito. A divulgação do inquérito iniciou-se no dia 25 de junho de 2019, tendo o prazo de preenchimento do inquérito terminado a 4 de julho do mesmo ano. O inquérito foi elaborado na plataforma Google Docs, tendo estado acessível em http://bit.ly/2wJD6E0.

População Alvo do Inquérito

Segundo informações obtidas pelos serviços académicos do AEDrGCC, frequentaram, no ano letivo 2018/2019, 530 alunas e alunos. 202 frequentaram o 2.º ciclo de escolaridade e 328 o 3.º ciclo de escolaridade obrigatória.
Durante o período de vigência do inquérito 76 pais e encarregados de educação responderam ao inquérito, representando assim apenas 14,3% da população alvo deste inquérito. Repartindo o número de respostas por anos de escolaridade obtém-se:
o  5.º ano: 8 respostas (7,3 % dos alunos matriculados neste ano escolar);
o  6.º ano: 16 respostas (17,4 % dos alunos matriculados neste ano escolar);
o  7.º ano: 28 respostas (25,7 % dos alunos matriculados neste ano escolar);
o  8.º ano: 17 respostas (15,5 % dos alunos matriculados neste ano escolar);
o  9.º ano: 7 respostas (6,4 % dos alunos matriculados neste ano escolar).

Principais conclusões dos Inquéritos

As principais ideias, sugestões, preocupações e críticas da Associação de Pais do AEDrGCC referentes à implementação da nova organização curricular estão descritas e fundamentadas do documento final entregue à direção da escola e que pode ser descarregado aqui, nomeadamente na Secção 5. Os comentários apresentados têm como base os resultados do inquérito feito aos pais e encarregados de educação e os principais comentários feitos pelos inquiridos no formulário do inquérito. 
Dos diversos aspetos abordados nos inquéritos, é feita uma análise mais pormenorizada a cinco temáticas que, ou por exibirem resultados mais controversos ou pelas implicações serem, na ótica desta associação, mais relevantes, requerem uma maior atenção. Face aos resultados obtidos, a APEG recomenda que, na preparação do próximo ano letivo, sejam considerados os seguintes aspetos:
1. A implementação da nova organização curricular não garante, por si só, melhor aproveitamento. Esta implementação tem de ser acompanhada por metodologias de ensino mais apelativas e integradas que cative a atenção de um público que, fruto da evolução tecnológica e social, tende a ser mais difícil.
2.   Os cuidados de saúde são temáticas abordadas com cada vez maior frequência em várias disciplinas e ao longo de todo o percurso escolar. Assim, o peso do material escolar e as consequências que o transporte diário pode provocar na postura ou desenvolvimento de crianças não pode ser ignorado pela Escola. Assim, a APEG apela ao incentivo pela aquisição das licenças digitais dos manuais escolares, evitando assim o transporte diários destes manuais nos percursos casa-escola-casa. O uso das tecnologias digitais, não só aliviará o peso transportado como poderá ser uma motivação adicional para alunas e alunos. Neste contexto, tanto o AEDrGCC bem como a APEG e outros parceiros, nomeadamente a Câmara Municipal de Seia, deverão, na medida do possível, interpelar entidades com responsabilidades governamentais ou com maior representatividade a nível nacional para solucionar a problemática do excesso de peso diariamente transportado para a escola.
3.   A APEG concorda com a otimização de horário, permitindo, uma estabilidade do horário escolar. Todavia, e conhecendo a complexidade que a elaboração de horário acarreta, esta otimização deve ser feita de forma integrada. A redução do tempo de aulas para 50 min aparenta não ser compatível como este objetivo. Assim, a APEG sugere que esta solução seja repensada e revista em função das melhores práticas pedagógicas.
4.    A implementação do regime semestral não deve dificultar o processo de aprendizagem ou o contínuo aperfeiçoamento cognitivo da aluna e do aluno. A lecionação de disciplinas que requerem continuidade pedagógica, tais como as línguas estrangeiras, não parecem ter enquadramento num regime semestral. Assim, numa sociedade cada vez mais global e com vista a uma maior internacionalização dos jovens do município de Seia, a APEG sugere que as disciplinas de Inglês e de Língua Estrangeira II sejam lecionada em regime anual.
5.     O acompanhamento diário de alunas e alunos é importante no seu desenvolvimento cognitivo e no aproveitamento escolar. Desta forma, recomenda-se que as direções de turma sejam atribuídas a professoras e professores que, diariamente, tenham contacto crianças mais problemáticas ou que requeiram mais atenção.